sexta-feira, 18 de novembro de 2011

TREINAMENTO EM HABILIDADES SOCIAIS

Optar por ser ou não assertivo é saber se adaptar às circunstâncias:uma competência necessária para se manter uma relação interpessoal bem-sucedida, que leva em conta o contexto de cada situação

Por Mônica Portella e Veruska Santos


Nas últimas décadas, um corpo consistente de teóricos vem produzindo conhecimento e pesquisa sobre as habilidades sociais. Habilidade Social (HS) é a denominação dada às diferentes classes de comportamentos sociais disponíveis no repertório de uma pessoa, que contribuem para a qualidade e a efetividade das interações que ela estabelece com as outras pessoas. Tais habilidades dizem respeito a comportamentos necessários a uma relação interpessoal bem-sucedida, conforme parâmetros típicos de um determinado contexto e cultura.


Segundo Del Prette e Del Prette (2001), as habilidades sociais envolvem desempenho social competente, sendo que este pode ser prejudicado por ansiedade, crenças errôneas e uma avaliação equivocada do ambiente.
As pessoas socialmente hábeis (ou com competência social) tendem a apresentar relações pessoais e profissionais mais produtivas, satisfatórias e duradouras, além de bem-estar físico e mental e bom funcionamento psicológico (Del Prette e Del Prette, 2004). De acordo com Goleman (2001), pessoas que se destacam no ambiente corporativo possuem competência social acima da média. Para alguns pesquisadores, terapeutas socialmente aptos produzem melhores resultados terapêuticos, independentemente de sua abordagem.

As pessoas que possuem competência social geralmente se destacam no ambiente corporativo, além de demonstrarem bem-estar físico e mental

Por outro lado, déficits em habilidades sociais geram dificuldades e conflitos interpessoais, pior qualidade de vida e diversos problemas psicológicos. Déficits em habilidades sociais estão presentes em patologias como fobia social, síndrome de Asperger, transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno invasivo, transtorno do humor (como depressão e transtorno bipolar), etc. Logo, o treinamento em habilidades sociais pode ser empregado com pacientes portadores dos problemas supracitados.
Cabe ressaltar que o treinamento em habilidades sociais não é importante apenas para pessoas portadoras de grandes déficits. Este também pode ser útil para pessoas que desejam melhorar as suas habilidades sociais em função de demandas pessoais ou profissionais. Quanto maior o desenvolvimento profissional e pessoal de uma pessoa, mais ela precisará interagir com os outros, necessitando assim de um repertório social bem-desenvolvido e de habilidades sociais, como a assertividade, empatia, comunicação verbal e não verbal, etc.
As habilidades sociais envolvem desempenho social competente, sendo que este pode ser prejudicado pela ansiedade
Há uma série de classificações para as habilidades sociais, como as de Galassi e Galassi, 1977; Furnham e Henderson, 1984; Gay e cols, 1975; Liberman e cols, 1977; Rinn e Markle, 1979; Michelson e cols, 1986, Del Prette e Del Prette, 2001, 2004, Caballo (2003), entre outros. As dimensões mais comumente aceitas incluem comportamentos como iniciar, manter e encerrar conversações; fazer e responder perguntas; falar em público; expressar amor, agrado e afeto; expressar sentimento positivo; ser empático; defender próprios direitos; pedir favores; recusar pedidos; aceitar elogios; expressar opiniões pessoais, até mesmo discordantes; expressar incômodo, desagrado ou enfado; desculpar-se ou admitir ignorância; pedir mudança de comportamento do outro e enfrentar críticas; ser empático com os outros; refletir sentimentos e expressar apoio; solicitar e fornecer feedback positivo e negativo, etc.
A assertividade se refere a um continuum que vai do comportamento passivo, passando pelo comportamento assertivo até chegar ao comportamento agressivo.

Fonte: Revista Psique

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